A View over Error and Correction Techniques

…] Correction means helping students to become more accurate in their use of language […] (KHANSIR, A.A., & PAKDEL, F. 2018 p. 5)

  

Second language acquisition has a variety of processes that every learner will go through and the errors are something natural and necessary for the process of learning. Touchie (1986) pointed out that some research in applied linguistics emphasizes the significance of the error in the process of second language acquisition. 

For him, errors mainly come from mother-tongue interferences, interlingual errors, intralingual errors, and developmental factors. Other scholars quoted by Kaweera (2013) distinguish the same idea, that is, are three sources of errors; the first one is called interference error, the result of mother tongue interference. Second, comes intralingual error reflects the incorrect generalization of the target language rules. Finally, the developmental error occurs when learners hypothesize about the target language based on their basic knowledge of it.

From this view, Touchie (1986), mentioned these categories were divided into simplification, overgeneralization, hypercorrection, faulty teaching, fossilization, avoidance, inadequate learning, and false concepts hypothesized.

It can be seen that the studies provide an insight into how learners achieve a second language and how the process of it occurs, identifies the most frequent errors, and also provide a better understanding of how language teaching can be efficient in learning language acquisition.

For that matter, Touchie (1986) states that errors are significant in three aspects: 

for language teachers because the errors indicate the learners’ progress in language learning, errors are also important for the language researcher as they provide insights into how language is learned, and finally, errors are significant to the language learner himself/herself as he/she gets involved in hypothesis testing. 

As above-mentioned, learning something involves committing errors. The errors are part of the process and there are some of them specific to second language learning only. 

Touchie (1986) mentioned that in the past, language teachers considered errors committed by learners undesirable since they believed they could avoid them.

 However recent research has shown that errors are evidence of the process of language learning acquisition. Learners employ hypotheses for testing different strategies while learning a second language and according to it teachers need to be aware of:

Teachers cannot and should not correct all errors committed by their students. Besides, the frequent correction of oral errors disrupts the process of language learning and discourages shy students from communicating in the target language. (TOUCHIE, 1986 p. 5)

The issue of error correction has different views according to the approach to be followed. Khansir, A. A., & Pakdel, F. (2018) bring up that teachers will be analyzing errors from the approach they choose to follow. It is necessary a critically think about what is the need and goals of the students. The correction should be handy but the teachers must bear in mind whether are working on accuracy or fluency.

What is very important is that if the aim of error correction is to learn target language, or when it is necessary in teaching a second or a foreign language, or when it impairs communication in the target language, then errors should be corrected. Most language researchers believed that error correction can be used as a form of feedback. Correction is viewed as feedback on errors. (KHANSIR, A.A., & PAKDEL, F. 2018 p. 5)

In a language learning context, teachers or tutors must be aware of the types of errors, it may be concerned with accuracy or fluency, based on this, provide adequate interventions to correct errors properly. 

Fortunately, nowadays there are researches and great materials that provide most of the methods and excellent strategies that should apply in ESL or EFL learning in order to work with errors and correct them properly within the context of the students’ needs.

An efficient language learning method must somehow supply all the important information it is necessary for learning.  It does not mean that errors will not happen but means that teachers and tutors will be able to predict where and what types of errors learners could show out and prevent smart interventions to correct them.

REFERENCES

KAWEERA, Chittima. “Writing Error: a review of interlingual and intralingual interference in EFL context.English Language Teaching, vol. 6, 2013. Chittima Kaweera-new-final, https://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ1077017.pdf.  Accessed 01 04 2022.

TOUCHIE, Hanna Y. (1986). Second language learning errors their types, causes, and treatment. JALT Journal, Volume 8, nº 1

KHANSIR, A. A., & PAKDEL, F. (2018). Place of Error Correction in English Language Teaching. Educational Process: International Journal, 7(3), 189-199.

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QUANDO A CRASE É OBRIGATÓRIA (PARTE 1)

laynnecris.wordpress.com

Olá, visitantes e seguidores do Meu Espaço Literário.

 

No post de hoje veremos um tema que é campeão de pesquisa aqui no blogue. Este tema é a temida crase. Quem precisa prestar um concurso, ou está escrevendo um TCC, ou quem está no Ensino Médio naquela semana final cheia de provas, com certeza deve até sonhar com essa belezinha, não é?

Então, senta ai e vamos dar mais um passinho para compreender um pouco mais como funciona, como usar a crase e perder aquele medo de errar.

Caso ainda não tenha acessado ao artigo que citei, eis aqui uma oportunidade: “10 DICAS DE QUANDO NÃO USAR A CRASE”.

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Sabemos que escrever bem é uma arte que requer muita prática, disciplina e dedicação e  que não acontece da noite para o dia. Não temos como melhorar a escrita sem praticar a escrita. Sempre digo para os meus alunos, não dá pra fazer uma mágica e acordar escrevendo bem. Para escrever bem, precisa escrever e escrever muitas vezes. Não adianta lamentar se não fizer nada! 🙂

Uma bom texto requer atenção e foco para evitar os erros. Ou seja, não dá para escrever um bom texto ou estudar enquanto fica surfando no Facebook ou vendo TV, por exemplo.

Uma boa dica é ter um bom dicionário por perto, um manual de gramática, fazer uma pesquisa em sites educacionais quando bate aquela dúvida.

Como já disse anteriormente, o tema de hoje é “A CRASE”. Veremos como a crase ocorre e como identificar a preposição, o artigo e algumas dicas para facilitar o processo de compreensão e aprender a usar essa belezinha.

Então, vamos lá!

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Crase: Como ela ocorre?

Estudiosos desenvolveram pesquisas sobre preposições, e observaram que algumas delas, às vezes, aparecem unidas a uma palavra que pertence à outra classe gramatical, ocorrendo, assim, a formação de um único vocábulo.

Desse modo temos duas situações: a combinação e a contração.

COMBINAÇÃO: quando a preposição aparece unida a outra palavra, sem perda de elemento fonético, como vemos em “ao” (preposição a + artigo o);

CONTRAÇÃO: quando a preposição se une igualmente a outra palavra, mas perdendo algum elemento fonético, como ocorre em “do” (preposição de + artigo o) ou em “na” (preposição em + artigo a).

A crase é designada pela Gramática como fusão da preposição “a” com o artigo definido feminino “a (s)”, ou da preposição “a” com a inicial dos pronomes demonstrativos “aquele (s), aquela (s) e aquilo, ou da preposição “a” com o artigo definido a que acompanha os pronomes relativos qual e quais”.

Um passo importante para compreensão da crase é estudar regência nominal e verbal. É imprescindível que se tenha clara a regência de alguns verbos e nomes para se entender a ocorrência ou a ausência desse fenômeno linguístico, que é quando um verbo ou um nome é acompanhado de uma preposição.

Veja um exemplo sobre isso:

“Refiro-me à professora de biologia.”

O verbo “referir-se” rege a preposição “a” (quem se refere, refere-se a), e “professora de Biologia”, nesse caso, exige artigo definido “a”. Portanto, teríamos:

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A preposição e a forma feminina do artigo têm o mesmo processo fonológico: a vogal “a”.

É nessa situação que surge o fenômeno da crase, o qual é assinalado com o acento grave  ( ` ).

Assim, temos:

“Refiro-me à professora de Biologia.”

Veja outro exemplo:

“Quando chegamos à fazenda, comemos aquele bolo delicioso.”

Em: “Quando chegamos a”, (preposição do termo regente),

a fazenda” (artigo feminino que acompanha o termo regido feminino “fazenda”).

Neste caso ocorre a junção da preposição “a” e o artigo “a” , que é indicado pelo acento grave sinalizando a ocorrência da crase.

Os dois casos citados acima, são casos em que a crase é obrigatória. Mas, vamos ver algumas dicas.

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REGRAS PRÁTICAS

 

Para solucionar certas dúvidas com relação ao uso da crase, foram criadas algumas regras que podem ser empregadas.

 

  • Identificar a preposição

Como já citado, o estudo de crase está intimamente ligado aos estudos de regência verbal e nominal, porque a ocorrência ou não da preposição “a” está relacionado à regência do verbo ou do nome. Vamos comparar um exemplo para compreender:

Os alunos foram à reunião do grêmio estudantil.

Foram = flexão do verbo ir, exige a preposição “a”

Reunião = substantivo feminino

à = junção da preposição “a”, exigida pela regência do verbo (quem foi, foi a) e o artigo feminino que acompanha a palavra “reunião”

Agora veja este exemplo:

Carolina comeu a torta de morango.

 

Comeu = verbo transitivo direto, não exige a preposição “a”

Torta = substantivo feminino

a = artigo definido feminino

Analisando, então, as frases acima, podemos notar que a preposição “a” aparece implícita devido à regência do verbo ir, que é um verbo transitivo indireto e necessita de um objeto indireto para completar o seu sentido.

Por outro lado, o verbo comer, neste caso, é um verbo transitivo direto. E, verbo transitivo direto não necessita de preposição para transitar até o seu objeto.

Ainda na tentativa de identificar a preposição, veja as frases do exemplo acima com algumas alterações de palavras.

 

Os alunos foram ao jogo de futebol.

 

Foram – flexão do verbo ir, exige a preposição “a”

Jogo – substantivo masculino

Ao – combinação entre a preposição “a” mais o artigo “o”.

 

Carolina comeu o bolo de chocolate.

 

Comeu – verbo transitivo direto, não exige a preposição “a”

Bolo – substantivo masculino

o – artigo definido masculino

 

Ao trocar a palavra feminina por uma masculina, notamos que no primeiro exemplo, a preposição foi mantida. E como o artigo vai para a forma masculina para concordar com a palavra “jogo”. Então, temos uma combinação.

No segundo exemplo, fica mais notável a ausência de preposição, pois só é possível ver o artigo “o”.

Outra forma de termos certeza de que há preposição é substituir o artigo definido por um artigo indefinido. Lembre-se que antes de artigo indefinido não ocorre crase. Leia o post aqui para maiores informações sobre quando não usar a crase.

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Veja que colocando um artigo indefinido ao lado do substantivo, o verbo ainda precisa da preposição que o rege. Neste caso a preposição “a”.

LEMBRETE: Verbo assistir no sentido de presenciar, comparecer, ver, estar presente, testemunhar será transitivo indireto, sendo obrigatório o uso de preposição para transitar até seu objeto. Agora, quando assistir tem o sentido de ajudar, auxiliar, prestar assistência será um verbo transitivo direto, não havendo a necessidade de preposição.

 

  • Identificar o artigo

Outra regra prática que ajuda a resolver certas dúvidas relativas à ocorrência ou não de crase é verificar também se há o artigo feminino “a” na frase. Para isso, basta trocar o termo feminino “a” por um masculino, como fizemos para identificar a preposição.

Veja o mesmo exemplo com a alteração do artigo.

Captura de tela 2018-11-28 22.05.39.png

Nota-se perfeitamente a presença de artigo definido na construção das duas frases. Podemos também detectar o artigo feminino “a” trocando o verbo por um que exija uma preposição que não seja “a”. Ao fazer essa troca, será evidente a necessidade ou não de artigo. Veja:

Estou me referindo à mãe desse aluno!

Estou conversando com a mãe desse aluno!

Neste caso, a presença do artigo definido “a” ficou clara, uma vez que a preposição usada não é “a”, e sim “com”.

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SINTETIZANDO

 

Só haverá crase quando for permitido o uso da preposição “a” e do artigo “a”. Tem-se a preposição com os termos a seguir:

  • Objeto Indireto: José entregou a carta à secretária. (à secretária = objeto indireto)
  • Complemento Nominal: O amor à vida é fundamental. (à vida = complemento nominal)
  • Adjunto Adverbial: À noite, todos foram à praia. (à noite – adjunto adverbial de tempo, à praia = adjunto adverbial de lugar)

Para ter o artigo feminino “a”:

A palavra tem que ser feminina, admitir artigo que a antecede, ter ideia definida.

Exemplo:

Maria Teresa visava à promoção na empresa.

Neste caso, ocorre a crase porque “à promoção” é objeto indireto; além disso, “promoção” é um substantivo feminino, admite artigo e tem uma ideia definida.

VAMOS FICANDO POR AQUI JÁ TEM BASTANTE INFORMAÇÃO PARA ABSORVER.

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Mas este assunto não acaba por aqui, ainda temos outras situações importantes em que a crase pode ocorrer. Mas, para não ficar muito longo e dar tempo para que possa aproveitar o que temos aqui. Certifique-se que dominou essas situações e em breve teremos a parte 2 deste assunto “QUANDO A CRASE É OBRIGATÓRIA”.

Como checar se está aprendendo?

Leia bastante! Observe situações onde há crase durante a leitura, analise a situação, escreva pequenos textos atento à situações que possa ocorrer a crase e verifique os elementos da frase, a regência do verbo, a regência nominal, os substantivos, etc.

 

Boa sorte e bons estudos

Não se esqueça de conferir também as “10 DICAS DE QUANDO NÃO USAR A CRASE”.

Nos vemos por ai!

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Como Obter Sucesso Nos Estudos “Enem, Concursos, Escola…”

                                                                 “A organização promove resultados visíveis”

                                                                                                             Marie Kondo

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Olá, visitantes e seguidores do Meu Espaço Literário.

Sou Rosilaine Fonseca, professora de Língua Portuguesa e Personal Organizer (especialização em organização personalizada), estou aqui para trazer um assunto muito importante para o sucesso na vida acadêmica. Como profissional de organização, vejo a importância de organizar cada setor de nossas vidas. E com base em técnicas e métodos quero discutir um pouco da organização e do planejamento na hora de estudar, seja para ir bem na escola, na faculdade, passar em um concurso, vestibular, Enem, etc.

Então, vamos lá…

Como obter sucesso nos estudos

Estudar sem organização causa estresse e na maioria das vezes sem resultado positivo.

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Para obter sucesso nos estudos é necessário planejamento e organização.

Normalmente, quando não temos um planejamento estudamos somente o que gostamos, ou o que sabemos. Às vezes estudamos muito em um dia e no outro quase nada ou nada.

Isso é extremamente prejudicial, se seu objetivo é passar em um concurso público ou ingressar em uma Universidade pública, ou simplesmente não bombar na universidade ou na escola.

Então, organizar seus estudos, planejar suas ações e dominar cada passo do projeto fará toda diferença na jornada em busca do seu sonho.

O planejamento e a organização dos estudos é um dos pontos mais importantes na preparação para ser bem sucedido naquilo que se busca, seja passar no Enem, vestibular ou concurso. Isso é tão importante quanto estudar.

Deixo algumas dicas que podem ajudar a elaborar um planejamento de estudo:

  • Defina seu alvo;target-2704455_960_720.png

  • Elabore um plano de estudo;planodeestudo-640x340.png

  • Organize sua rotina de estudos;plano-estudos

  • Defina seus horários de estudo;images

  • Descubra quantas horas semanais tem disponível para estudar;08052014_112629_mobile_application_development.jpg

  • Crie um ChekList das disciplinas que precisa estudar.check list

Bom pessoal, por hoje é isso! Fiquem atentos aos próximos posts deste assunto.

Abraços

Nos próximos posts explicarei cada item e como elaborar um bom planejamento de estudos.

 

Rosilaine Fonseca – Personal Organizer

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De Volta Ao Trabalho!

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Hey Fellows!

Aqui quem escreve é Laynne e este é o meu blogue (of course, it is!) Faz um bom tempo que não escrevo e não atualizo o blogue. Entretanto, tenho respondido a comentários e acompanhado algumas movimentações por aqui.

Enfim, é hora de voltar ao “trabalho”.

O motivo de minha ausência é bem pessoal. Muitas coisas aconteceram que afetaram-me bastante. Então, decidi dar prioridades as coisas mais urgentes e dar-me o tempo necessário. Afinal, escrever exige muito foco e dedicação.

Mas, já faz um tempinho que decidi voltar escrever. Acredito que precisava mesmo é de algum empurrãozinho. he he he! 🙂

É, não levei empurrão algum! Mas tenho recebido bastante incentivo para voltar a movimentar o blogue com conteúdos interessantes voltados à educação e é claro sobre leitura também.

Por falar em incentivo e conteúdos educacionais, estou super contente com a enorme procura por conteúdos educacionais aqui no blogue. É bacana saber que as pessoas estão preocupadas em escrever melhor.

Digo isso, porque o meu texto “10 DICAS DE QUANDO “NÃO USAR A CRASE” tem tido muitos acessos e mais de 2.000 só neste mês de outubro de 2018. Em setembro (deste mesmo ano), esse artigo atingiu quase 4.000 visualizações. Para um blogue parado, nada mal, né?

Então, juntando minha necessidade de escrever e o aumento de visitas ao blogue desde 2016, estou planejando o retorno das atividades que deverá iniciar em breve. Terei excelentes colaboradores e conteúdo bacana de nível educacional, cultural e de entretenimento.

Quem é observador já deve ter notado algumas modificações no layout do blogue. Na barra principal já inclui algumas novas abas, e uma delas é “EXCHANGE LANGUAGE”.

EXCHANGE LANGUAGE será exibido textos com dicas, orientações e trocas de experiências, em que eu e meu amigo gringo vamos compartilhar o que estamos aprendendo com essa nossa jornada de aprendizagem de um novo idioma. Eu, em Inglês e ele, em Português.

Por que decidi compartilhar? O blogue tem recebido visitas diárias de pessoas de todos os lugares do mundo. Estados Unidos, Portugal, Canadá, Hong Kong, Angola, Reino Unido, Moçambique, Japão, Itália, África do Sul, Austrália, França, Espanha, etc. Todos citados foram nesses últimos 3 meses… Wow!

Welcome to Brazil, fellows!  I hope you guys enjoy it! And let me know what do you look for?  It would be a pleasure exchange experiences and meet new people.

Bom, acredito que é isso! Vou ficando por aqui e desejo a todos um ótimo dia e uma ótima semana.

Um grande abraço carinhoso!

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Nos Braços Do Vagabundo – Por Letícia Brito

Nos braços do Vagabundo

Por Letícia Brito

A AUTORA

14481879_572067806322012_1781747679047449028_o.jpgLetícia Brito nascida em Paços de Ferreira, Portugal, em 3 de Dezembro de 1996, como Letícia Isabel Costa Brito. É uma jovem escritora, fotógrafa, redatora e bloguer portuguesa. Formada em Fotografia pela Escola Secundária de Vilela, Paredes (Porto).

“Letícia Brito” é o projeto literário que começou a desenvolver em Junho de 2015, quando decidiu que chegara o momento de partilhar a sua escrita com o mundo.

O LIVRO

Uma história sobre o poder do amor, que tem capa_nos_bracos_vagabundo_ebook (1)a doença do século XXI como pano de fundo. Uma mensagem de superação.

Amar é mais que o encontro entre duas pessoas. Amar é encontrar em outra pessoa o seu coração a bater. É sentir que passa a viver além de seu corpo.

Mas, é quando este sentimento torna-se um ferida a sangrar?

 

Para exemplares autografados e com dedicatória personalizada pela autora devem contactar esta página, ou a página oficial da obra

ISBN
978-989-51-8427-9     Editor de publicações – Chiado Editora
Quer um exemplar? Acesse aqui => Página Oficial

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MEUS COMENTÁRIOS

26e398Acredito que todas as pessoas em algum momento na vida já passaram por situações de profunda tristeza e desespero. Quem nunca passou uma madrugada acordada por causa de amor perdido, que atire a primeira pedra.

Em “Nos Braços do Vagabundo” a escritora Letícia Brito constrói por meio de sua narrativa lírica, uma história que a princípio nos parece familiar. A doce Sofia nos é apresentada como uma jovem mulher a desabrochar para vida e o amor e a provar do doce e do amargo que a vida nos oferece.

Mas, as semelhanças param por ai quando começamos a conhecer a personagem e a entrar em sua mente. Fato esse que se dá a partir de relatos de acontecimentos importantes de sua vida.

A narrativa é construída como se fosse um diário, ora entrecortado com a prosa e lembranças que ela tem da infância e de momentos da vida. É nítida a amargura da personagem através de suas histórias e cartas, todos de momentos conturbados ou de grande sofrimento. É como se ela mesma tentasse buscar uma justificativa para entender a si própria.

A autora cria uma atmosfera muito própria ao brincar com os elementos da narrativa, o tempo psicológico é o mais evidenciado. Também aventura-se através dos estilos e constrói uma estrutura capaz de abrigar um misto de técnicas literárias: prosa, lirismo, fluxo de consciência, diário, jornalístico, etc.

A trama não é cronológica, algo até esperado sendo o tempo da narrativa em grande parte “psicológico”.  Os pensamentos e lembranças são entrecortados por momentos de sua realidade, dos quais temos uma visão totalmente fragmentada.

A temática do livro é de interesse público e de emergência. Casos como o de Sofia acontecem o tempo inteiro ao nosso lado.

Letícia vai revelando aos poucos a trajetória problemática e sutil de uma pessoa que sofre de depressão e que tem consciência de que não tem forças pra vencer sozinha. Em algumas passagens a autora demonstra o quão ciente Sofia era do mal que a acometia, que ela mesma procurava fazer pesquisas sobre o assunto.

Desde sua infância, a moça vive intensas perdas e acumula com o passar do tempo uma tristeza que passa do normal. Ainda muito menina sente a perda do pai e tem sua infância construída ao lado de uma pessoa que lutava para sobreviver a uma doença grave. Na adolescência redescobre o consolo nos braços de Francisco e a partir disso ela perde o controle de sua vida.

O amor a tornou feliz! Mas, a perda desse amor, a perda de seu porto seguro é a gota d’água para fazer seu mundo desabar. E sua vida começa a definhar. Afasta-se das pessoas que a amava, isola-se e apesar de todos lutarem por ela, muitas vezes quem a vence é a angústia que tomava conta de sua vida e de tudo que pensa a partir do “adeus” de sua única esperança de vida, segundo ela.

Não é um livro de muitas páginas, mas exige um olhar atencioso do leitor para juntar os quebra-cabeças que são lançados pelo caminho da leitura e configurar a história em nossas cabeças. Pra mim esse emaranhado de ideias é uma sacada muito contemporânea, pois para que a história tome corpo e sentido é necessário que o leitor interaja com o texto o tempo todo.

O livro é indicado para refletir e talvez nos dê aquela sacudida para que possamos acordar e ver o mundo ao nosso redor. É uma crítica a uma sociedade que está muito ocupada com aparências e o mundo “online” e se esquecendo de olhar os que estão aqui do nosso lado.

 O livro no infere a pensar que talvez se olhássemos alguém de verdade nos olhos e perguntasse “Como vai?” de uma forma mais significativa e acolhedora talvez pudéssemos ser mais útil e ajudar alguém. Geralmente essas saudações são mais textos automáticos do que um interesse em realmente saber como a outra pessoa está.

Tem uma expressão em Inglês que acho bem bacana e que cabe nessa situação – é “in someone’s shoes” que significa mais ou menos dizer que, só posso saber sobre como alguém se sente ou está se usar os sapatos dela, ou seja, se colocar no lugar do outro.

Apesar de ser uma atitude muito louvável, não é tão simples assim se colocar no lugar de alguém. Mas, ter empatia já um grande passo para sair do nosso quadrado.

Existe como saber o que a pessoa está sentindo? Saber exatamente o que ela sente não é tão fácil assim, diria até que não dá… Posso apenas ser solidária e dar acolhimento!

Nenhuma experiência, por mais parecida que esta seja, poderá ser igual à outra. Podemos inferir e buscar compreender, mas jamais se pode dizer que sabe exatamente como o outro se sente. Cada pessoa percebe e sente suas experiências de uma maneira singular e devemos respeitar e apenas dar nosso apoio. E assumir que não sabe o que é que o outro sente é até um ato mais aceitável do que ouvir alguém dizer: “Isso vai passar, não é nada!”

É através desse clima que somos conduzidos, muitas vezes desconfortável, doloroso, outros incomodados com situações, etc

 Li o livro três vezes. Ele chegou às minhas mãos em um momento bastante complicado e de turbulência. Algumas vezes pude compreender o quão difícil é recomeçar ou tentar seguir em frente. É complicado restabelecer nosso psicológico quando muitos fatores que provocam dor e tristeza são vividos numa sequência de pequenos intervalos.

Imagino se já é tão difícil para um adulto lidar com sentimentos de perda como a morte, imagino como essa situação deve ser devastadora na vida de uma criança ou adolescente.

Parabenizo a Letícia por ter sido tão ousada em abordar um tema como esse e peço a ela que por gentileza construa uma história sobre a perspectiva de Francisco. Sinto que não consegui criar uma imagem da personalidade dele e fiquei muito curiosa para ter mais detalhe da história sob outro olhar.

Sofia não é um narrador confiável, uma vez que tudo o que ela sente ou percebe é intensificado ou talvez descontruído pelas nuvens densas de sua negatividade, da tristeza e opressão que sentia o tempo todo.

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By Laynne Cris

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Assessment – An Overview of Assessment

Elaine Cristina Miguel de Andrade

Note: This paper was delivered as part of the curriculum in the Assessment course

In the field of teaching languages, teachers often must measure students’ language abilities. It is necessary to keep a discussion about what, why, and how to assess students. A specific and clear goal to measure is the first step, for instance, to check the students’ reading comprehension, how they speak, their competence in grammar points, and the ability to answer the tools offered to them.

A clarification about these concepts is important as well – assessment, evaluation, and testing. According to Hutauruk (2015, p.4) “assessment is the information gathered by the teacher and student to drive instruction, while evaluation is when a teacher uses some instrument to rate a student so that this information can be used to compare or sort students. Assessment is for the student and the teacher in the act of learning while evaluation is usually for others.”

Hence the aim of this assignment is to analyze what type of assessment might be vital for this course. We are going to develop an assessment framework that will guide our teaching to achieve learning goals within the approach and the major goal of the course.

The course is being designed for people who want to learn English from zero and the low learners. As far as the approach, the one that makes part of our journey as a teacher and a learner as well is the communicative approach and task-based learning. Thus, these approaches were chosen because of the focus of the course plus our experiences. 

And it means that the major focus is going to be the student-centered approach. In addition to that, the course aims to prepare students to survive by producing language for communicating in real-world situations, be able to live or travel abroad, use the language with confidence or sometimes for getting better jobs and improve their knowledge with autonomy and accuracy in the target language. Thus, the students ought to be assessed in a communicative way and a high validity must be vital.

Based on these perspectives and objectives of the course, we developed a mental map with the primary structure of the course so that we can have visibility of the needs and how to structure them in order to achieve the main objective – to make the student survive using the English language with confidence and accuracy, within or outside Brazil.

The course will be divided into modules and at the end of each module, the students will have the final task based on a performance-based assessment using what they learned in the module in a situation remarkably close to reality.

 Moreover, following the objective of the course, the teaching will guide the student to be able to use the language to survive in everyday contexts, the assessment will have a high degree of validity and so that does not have a low level of reliability, criteria will be developed to evaluate according to what was taught during the module, uses of the language, tenses, lexicon, grammar, comprehension of the language, and so on. And the criteria will provide more practicality for grading and decrease unbiasedness.

Hutauruk, (2015, p.46) defends that validity and reliability are critical issues within the assessment. Thus, it is vital to bear in mind that it is not an all or none issue but a matter of degree.

All measurements may contain some element of error; validity and reliability concern the amount and type of error that typically occurs, and they also show how we can estimate the amount of error in a measurement. (HUTAURUK, 2016, p. 46)

In summary Hutauruck (2016) pointed out that the validity of an assessment tool is the extent to which it measures what it was designed to measure and on the other hand, the reliability of an assessment tool is the extent to which it measures learning consistently.

Another prominent issue raised early during the process of the course planning was to implement a positive washback effect. And for that we will prepare students from the beginning of the course, informing and teaching everything they need to develop the final task.

Messick quoted by Brown (1997, p.1) says that the washback effect refers to “the extent to which the introduction and use of a test influences language teachers and learners to do things they would not otherwise do that promote or inhibit language learning.” 

Then for a positive washback effect, we are going to predict what should be assessed and prepare students during each module. They will receive all the support needed to develop skills and abilities for the day of their presentation. This presentation should be something closer to their reality so that it will be meaningful and give them a real opportunity to face a real-world situation similar to the one they might face outside the class.

Throughout the course, the content will be presented constructively, giving students opportunities to interact and discover ways to use the content taught with confidence. The four skills will be informally assessed during the classes, for writing and listening, “dictogloss” is a chosen strategy due to its versatility. To assess the performance during the activity they will work in pairs for peer-assessment or self-assessment. It will be an efficient tool and will improve students’ competence and abilities in writing and reading as well.

REFERENCES

HUTAURUK, Bertaria Sohnata. A compilation material of English Language testing. Universitas HKBP Nommensen Pematangsiantar, 2015.

BROWN, James Dean. The washback effect of languages tests. University of Hawai ‘i Working Papers in ESL, Vol 16, No. 1, Fall 1997, pp. 27-45.

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Mãos Livres – Francine S.C. Camargo

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Olá galerinha do wordpress!

Dizem por ai que quem é vivo sempre aparece. Certo? Pois é, e eu estou vivinha da silva, apenas com outras obrigações que tive que dar um olhar mais atencioso.

Faz, acho que meses, que recebi de presente um lindo livro de uma escritora muito querida por todos aqui na blogosfera e acredito que até no Brasil. E estou a falar nada mais nada menos que da Francine S. C. Camargo, a escritora que deixa um pouco de suas doces palavras lá no blog Papo da Fran.

DADOS DO LIVRO

Título – Mãos livres

Autor: Francine S. C. Camargo

Editor – Mayara Facchini

1ª Edição – Editora Chiado

Ano 2016

Sinopse: 

Mãos livres reúne contos e crônicas da autora, com uma escrita poética e fabulizada. As palavras surgem de forma a realçar e tecer a realidade em uma sequência de emoções, narrando eventos inusitados como o encontro com um cão desordeiro, o diálogo de livros na estante e um lugar chamado Aboborolândia, ou passando por temas universais como o amor, a amizade, a maternidade, a morte, a rotina e a timidez, sempre fugindo das explicações comuns; com as mãos livres e desimpedidas, “como se nada pudesse me fazer parar, como se fosse criar garras para lutar. Decerto, deparo com um abismo e aí, estou pronta, prontinha para voar.”

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A Fran é uma daquelas mulheres batalhadoras e com um coração enorme que dá orgulho da gente conhecer e não podia esperar menos de “Mãos livres”.

Mãos livres me fez lembrar muito de um escritor charmoso e muito inteligente que adoro ler – Rubem Alves. Sabe aquela sabedoria da vida, a fala de quem viveu e esteve presente nos momentos que viveu? Então, é essa a sensação que você sente ao ler mão livres.

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Gostei muito de todos os contos, em especial o conto “Mulher, Mulher” e a “Revolução dos livros”. Mas, na verdade gostei de todos… Não é um livro que você lê e se encerra. Este livro tem uma abertura nas entrelinhas e que fica uma voz a lhe falar a qualquer momento que desejar ouvi-la.

Fran, querida! Desculpe-me a demora e fiquei muito lisonjeada com a dedicatória tão linda!

Felicidades mil para você e espero que em breve possa ter a oportunidade de ler outro livro seu.

 

E para o pessoal aqui que visita o blog um grande abraço e eu estou organizando minhas resenhas e minha vida literária. Vida de professor não é fácil…

 

Beijinhos e até a próxima.

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Morte na Mesopotâmia

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Olá gente maravilhosa…

Hoje é o dia da resenha coletiva do Quatro por 4. E no mês de março lemos “Morte na Mesopotâmia da Agatha Christie, grande Agatha!

Em abril será lido “A menina Submersa” da Kiernan, Caitlín R.

É pessoal parece que em abril vamos inundar num clima de suspense pra terror. Nada como dar uma agitadinha no cérebro, não é  mesmo?

Então, fique ligado!  ABRIL -2016.

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Morte na Mesopotâmia é um daqueles suspenses sagazes e que você quer descobrir logo o que irá acontecer. Ao longo da narrativa, os acontecimentos ficam cada vez mais empolgantes e você começa a suspeitar de tudo e de todos, mas apenas um é o culpado, e este se apresentará de um modo um tanto surpreendente, ou não. O que achei muito curioso foi o fato da história ser contada a partir do ponto de vista de uma enfermeira, que não fazia parte da expedição, e que, a meu ver, deixou tudo mais instigante. A leitura é envolvente e fará com que você faça vários questionamentos que serão difundidos com maestria no desfecho.

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Eu nunca tinha lido nenhum livro da Agatha Christie até então e confesso que nunca tive interesse também. Quando o autor é muito idolatrado eu costumo desconfiar da qualidade da obra, mas admito ter gostado da história, apesar de não ser o o meu gênero favorito de leitura.  A história é bem escrita apesar tem uma linguagem bem formal, com palavras um pouco complexas e a leitura não é muito ágil. E começa contando a história da enfermeira Amy, que foi contratada para cuidar de Louise, esposa de um arqueólogo. Subitamente,
Louise é encontrada morta em seu quarto e então começa uma trama intrigante para descobrir quem a havia assassinado. Um detetive é contratado e ele vai fazendo interrogatórios e tentando chegar a alguma conclusão sobre o assassino. Você se prende bastante nessa parte tentando adivinhar e no final se surpreende até, mas as partes com “encheção de linguiça” dão uma desprendida na atenção. Por fim, indico a leitura pelo bom desenvolvimento da trama e do mistério.
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Sou fã incondicional de Agatha Christie. Por incrível que pareça, o último livro dela foi a minha primeira leitura, aos treze anos e não parei mais. Agatha é a rainha do crime e não é para menos. Não só um, mas grandes clássicos têm sua assinatura e eu os convido a ler todos eles sem medo. Confesso que “A Morte na Mesopotâmia” é um bom livro e mesmo sendo bem escrito e  com certa dose de suspense, não chega aos pés de suas grandes obras, o que é compreensível para uma autora de mais de 80 livros escritos.

A linguagem é objetiva, como sempre. O enredo é linear, embora haja certa digressão em meio a trama. Os personagens são bem colocados e o desfecho tem sua lógica. Compararia este livro, para quem leu Agatha Christie, com “A Noite das Bruxas” por ser uma história cativante e criativa, porém mediana.

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Adoro ler Dexter e fui ler Agatha Christie com essa expectativa! Sempre ouvi dizer que ela é a rainha do crime. E penso que de certa forma é algo próximo disso. Pra mim foi uma leitura fluida e rápida, lembrei bastante da minha adolescência, da qual gostava de assistir “As aventuras de Tintin”.

Morte na Mesopotâmia é um livro que pode ser lido por crianças, adolescente e adulto. Possui uma linguagem clara e um enredo bem linear. O livro é narrado em primeira pessoa, neste caso, a enfermeira Amy Leatheran que está a trabalho no Iraque é por obra do destino convidada para acompanhar a Sra. Leidner que aparenta sofrer de alguns sintomas nervosos. Os Leidner estão numa expedição arqueológica com uma equipe de profissionais, todos morando juntos numa sede na cidade de Tell Yarimjah.

Neste lugar um crime acontece. Todos são suspeitos. Todos têm motivos. E um investigador muito carismático (lembra um pouco Sherlock Holmes) está a passar por ali e aceita o desafio. Quem é o assassino?

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Bom Pessoal, é isso! Espero que curtam a dica de leitura. Ler é sempre uma aventura incrível…

 

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Conto – Em busca do lar

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Em busca do lar

Meu nome é Margareth Village, hoje sou uma mulher madura e independente. Tenho 32 anos e vivo sozinha por muito tempo. Durante toda a minha vida pude aprender um pouco sobre o que sou. E tive grandes surpresas no caminho e uma delas foi á de que possuo um enorme buraco no peito. Eu não tenho um coração. Eu não posso sentir nada.

Mas, o que gostaria de registrar aqui não é acerca desse meu autoconhecimento e nem sobre o vazio oculto do meu peito e sim contar a história de como isso aconteceu. Quem sabe alguém que leia esta mensagem saiba algo sobre o meu passado.

Pretendo contar-lhes uma história no mínimo estranha. Uma história do que era pra ser uma família. Uma família diferente. A minha família. Ou qualquer coisa que queiram chamar de um lugar aonde chega uma criança e onde pessoas dividem sobrenomes e um teto.

Muito antes de nascer tive uma experiência importante. Sim, foi antes de estar no mundo, ainda era um feto.  Vivenciei uma experiência que mudaria para sempre o curso da minha vida. Não sei como sei de tudo isso. Mas, sei que recebi um dom ou uma maldição.

Para contar minha história precisarei falar de Ellis Stone. Ellis é o nome da minha mãe. Ela engravidou aos 17 anos de um rapaz que havia conhecido por pouco tempo. Dele, sabia apenas o nome, Joshua alguma coisa. Talvez nunca tenha perguntado ou talvez não soubesse o que aconteceria depois. Devo ter sido concebida em um primeiro e único encontro dos dois.

A família Stone era uma família tradicional e muito religiosa. Talvez ainda seja, faz tempo que não sei nada sobre eles. Mas mencionei isso pelo fato de eles não admitirem pessoas de outra religião ou sem religião como novo membro. Sempre foram muito preconceituosos e muito fechados dentro das suas crenças.

Ellis como toda adolescente se rebelou contra as severas leis impostas pelo seu pai. Ela queria conhecer o mundo, conhecer pessoas e não via problema nenhum nisso. Mal ela sabia que essas leis eram apenas para protegê-la de algo terrível que vivia do lado de fora do seu mundo.

Assim que descobre que Ellis está esperando um bebê, eu, Joshua some sem deixar pistas. Como ela não sabia nada a respeito dele, não tem onde procurar. Ninguém na vila o conhecia. Ninguém sabia nada a respeito de um Joshua e nem de alguém que o conhecia.

Ellis entrou num desespero enorme e se trancou no seu quarto, acometida por uma febre inexplicável, seu corpo seguia desfalecendo dia após dia. Seus pais, amigos da família reuniram-se para descobrir a cura para os males que afligia a filha, pois os remédios e os chás de nada adiantaram para a melhora.

Uma vidente foi chamada. Quando ela entrou na varanda foi possuída por uma sensação poderosa e seu corpo foi tomado por uma força sobrenatural. Ela não consegue passar pela porta da casa. E da varanda a família e os envolvidos tentam expelir o que estava nela chamando por todos os deuses que conheciam e adoravam. Nada parecia funcionar. A coisa permanecia inabalável.

Uma voz rouca e perturbadora saiu da boca da mulher, que embora fosse dona de um corpo franzino pareceu no momento muito maior e muito mais poderoso.

“Tragam-me a garota!” – soa a voz alta e num tom autoritário.

Minha avó aflita tenta impedir que meu avô entregasse minha mãe àquele ser estranho no corpo da pobre vidente. Mas, os olhos do meu avô não responderam ao apelo da vovó. Com os olhos vidrados ele apenas obedeceu à voz e seguiu. Entrou na casa e foi até o quarto onde minha mãe estava convalescendo, e comigo dentro dela girando e dando mil voltas no meu pequeno mundo, fomos trazidas até a coisa na vidente, meu avô puxava minha mãe pelo braço, e ela mal tirava o pé do chão. Ela praticamente parecia flutuar.

Ela caminhou lentamente, o rosto abatido pela febre e pelos enjoos diários fazia com que seu corpo parecesse suspenso por algo invisível. Foi colocada diante da coisa que transfigurava o rosto da senhora a quem possuiu.

Sei que pode parecer loucura, mas eu via através dos olhos de minha mãe e o meu pequeno mundo estremeceu quando a coisa estendeu as mãos e disse severamente: “Essa criança não pode nascer!”. “Quero o sangue dela!”. Os dedos da velha vibravam na direção da minha mãe. Na direção do ventre dela.

Minha mãe tremia e seu corpo não tinha outra reação além dessa. Ela não sentiu medo e nem tristeza, estava dominada por uma força estranha, ela não estava ali. Parecia que tinham sugado a vida dela para algum lugar fora dela. Podia sentir o vazio dentro dela, eu sentia medo, eu sentia desespero, sentia minha vida sendo sugada para um abismo. E eu nem tinha nascido. Mas, eu era a única coisa viva ali naquele corpo naquele momento.

Minha mãe desmaiou e caiu como morta no chão. Ouço um grito estonteante. O grito veio da minha avó. Ela estava iluminada e seus olhos pareciam fogo, ela debruçou sobre minha mãe caída no chão e suas mãos pousaram sobre a barriga dela. E eu senti a pressão de seu toque de onde estava. Ela não estava normal. Nada naquele dia era normal. Mas, eu não sabia o que era normal e nem sabia de nada. Só sentia que tudo aquilo me amedrontava.

Achei que ela quisesse ajudar, salvar a nós duas, mas ela parecia irada, desesperada, transtornada. Descobriu a minha existência, talvez fosse isso que a deixara daquele jeito. Senti um choque percorrer meu pequeno corpo e luzes brilharam ao meu redor. Em minha cabeça coisas giravam e vozes viam por todos os lados enlouquecendo os meus ouvidos. Ela estava com as mãos movendo acima da barriga inerte de minha mãe e podia ouvir a sua voz evocando algumas palavras que não compreendia o significado.

“Vividius, validias, kie la vitta interinius vivieries sinu corazoniuns!”

E de repente sentia que o que medo, o pavor, a dor, a angústia estavam desaparecendo. Não havia mais nada. Ouvia e via as pessoas e não sentia nada. Não importava mais nada. Tudo se aquietou. Tudo pareceu aquém de mim. Não entendi. E por muito tempo fiquei sem entender.

 Nunca soube direito o que houve comigo naquele dia. Nunca entendi o porquê aconteceu tudo aquilo. Minha mãe ficou bem, se é que pode chamar uma morta viva de bem e apesar de ter sido escondida de todos durante todo o resto da gestação – eu nasci.

E de alguma forma muito poderosa lembro-me de tudo desde muito antes de ver a luz do mundo. Existe um mundo inteiro oculto atrás da minha memória que foi ganhando vida conforme fui amadurecendo.

Quando tinha seis anos minha mãe faleceu. Eu não senti nada. Não senti sua falta. Não entendi o que era morrer ou partir. Apenas parei de vê-la. E acostumei a não vê-la sentada no mesmo lugar todos os dias.

Não me contaram o que houve com ela e eu não sabia que tinha que saber de algo. Meus avós e as pessoas que frequentavam as reuniões da casa da minha avó aos sábados demonstravam medo quando eu me aproximava. Ninguém dirigia a palavra diretamente para mim, apenas recebi algumas orientações e ordens de uma tia. Mas, nunca um cuidado que uma criança deveria ter. E só hoje eu dei conta disso. Na época acreditava que era assim que as crianças viviam com suas famílias.

Minha mãe era a única que me olhava, mas seus sentimentos não tinham ação. Ela chorava quase o tempo todo e quando não chorava seu olhar era perdido. Era fraca ou eu achava que ela era. Nunca me disse o porquê estava triste ou me perguntou algo sobre mim e sobre o que fazia. Na verdade nunca ninguém perguntava nada que havia feito se estivesse  nas horas certas em casa, e tudo ficava como deveria ser – a mesma vida de sempre!

E nunca mencionei a ninguém que havia presenciado ou experimentado o que acabei de contar aqui. Vivíamos uma vida reservada, nunca ninguém falava de algo além das coisas do dia a dia. Algo, além disso, era cochichado como segredo pelos cantos.

Cresci sozinha com a multidão de verdades se formando dentro da minha cabeça de uma forma dolorosa. As imagens iam se formavam e eu via coisas e pessoas. A única coisa que não conseguia ver e entender era algo que fosse antes da minha concepção. Mas, nunca ninguém quis falar sobre meu pai ou minha descendência.

Sem alguém para me ensinar, para me livrar de minhas dúvidas, para me orientar; fui seguindo meu caminho fazendo as escolhas que acreditei serem as certas. E quando completei uma idade para viver sozinha dei no pé. A verdade é que a vida sozinha não é muito diferente da que vivia com eles. Sempre fomos estranhos uns aos outros.

E hoje, aqui estou. É muito pouco o que se revelou a mim, creio que ainda preciso encontrar muitas perguntas e respostas sobre muita coisa que tenho até medo de conhecer.

E apesar de não entender o que significa uma família, procuro-a em todos os lugares. Quero encontrar um lugar ao qual eu pertenço ou pertenci. Não sei de onde vim e porque meu coração me foi tirado. Mas, eu gostaria de algum dia sentir que faço parte de alguma coisa, por menor que ela seja.

 Minha avó perdeu a voz depois do que ocorreu no dia em que lançou o feitiço sobre mim e minha mãe, que até hoje não sei se foi uma benção ou maldição. Nunca pude perguntar nada a ela. No fundo de algo que não tenho: um coração; acredito que ela queria me proteger, ao menos tenho esperança de que tenha sido por proteção todo aquele alvoroço e loucura.

Repito meu nome é Margareth. Apenas Margareth para muitos. Mas, isso não é tudo sobre mim. O que veem não é o que sou é apenas a sua impressão do que sou. O que sou ninguém vê e ninguém nunca viu até hoje. E busco desde quando nasci por alguém que possa me ver e encontrar o meu coração, onde quer que ele esteja – neste mundo ou em outro mundo qualquer.

Margareth Village

P.S.: Ia escrever sobre família, e como não sou uma pessoa que tem hábito de fazer textos pessoais, fui tecendo um pequeno conto e deu nisso ai. Era para ter publicado faz tempo, mas ando um pouco atarefada com meus estudos e meu trabalho. Espero que gostem.

Beijos 

L.C

2016-03-13 (4)

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TAG – Viciados em Música (Blogues à Mesa)

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Bom domingo a todos.

Hoje vim responder uma TAG indicada por uma amiga muito querida, a Silvia do blog Reflexões e Angústias. 

A Tag Viciados em Música é um dos desafios de publicações coletivas do grupo “Blogues à Mesa” que participamos no facebook com uma comunidade de blogueiros muito talentosos do Brasil, Portugal e acho que do mundo inteiro. Muito bacana mesmo!

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Então, vou responder agora!

Uma música romântica que gosto!

Chasing Cars – Snow Patrol

Uma música que me define!

The Scientist – ColdPlay

Uma música que não da minha cabeça!

Kiss me – Ed Sheeran

Uma música que faz chorar!

You and me – Lifehouse

Minha música preferida no momento!

Here without you – 3 Doors Down

Uma música que não consigo gostar!

Princess of China – ColdPlay ft. Rihana

Citar uma parte da minha música preferida!

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Minha música nacional favorita!

Aonde quer que eu vá – Paralamas do Sucesso

Abra a playlist e compartilhe a 5ª música!

Canon in D mayor – Johann Pachelbel (versão Piano)

Nomear cinco blogues!

Estou indicando 05 novos blogues que conheci recentemente e que são de conteúdos interessantes, inteligentes e de muito bom gosto! Recomendo.

Aba Morena – Café e Prosa – Visite o blog!

Memórias de um cara qualquer – Visite o blog!

Las Crônicas del Otro mundo – Visite o blog!

Pauta Feminina – Pâmela Rodrigues – Visite o blog!

Nathalia Colt – Visite o blog!

Bom, por hoje é só! Espero que gostem.

Um grande abraço e uma linda tarde de domingo! ❤

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