Um Funeral na Grécia – M.L Bortoni Ninis

Livro - Um funeral da Grécia

Livro – Um funeral da Grécia

NINIS, Maria Luiza Bortoni. Um Funeral na Grécia. 1ª Ed. Barueri, SP: Novo Século, 2014.

Um dia desses estava passeando em uma livraria e decidi fazer uma seleção de livros de autores que ainda não conheço. Quero conhecer e apreciar autores nacionais, e numa conversa com a Juliana Lima, do blog Fabulônica, em que falávamos a respeito de livros nacionais e os gêneros que mais se destacam, foi que surgiu o empurrãozinho que eu precisava para começar logo essa nova empreitada. Garanto, que não me arrependi! Foi boa a minha iniciativa.

E um desses livros que adquiri é de uma autora mineira, professora de história e advogada. Maria Luiza tem livros lançados com coletâneas de contos que abordam temas da história do povo mineiro em seu cotidiano. (O fato dela ser professora de história me ajudou a eleger o livro – 1º pelo fato de eu ser professora e 2º porque sou apaixonada por história e 3º adoro conhecer mais sobre a Grécia, mitologia grega, costumes, lendas e tudo).

Sobre a autora (Mini biografia)

maria luiza

Maria Luiza Bortoni Ninis

Maria Luiza Bortoni Ninis nasceu em São Lourenço, Minas Gerais, e reside na cidade de Itajubá. É professora de História e advogada e pertence a algumas Academias Literárias. Tem trabalhos publicados em revistas, jornais e algumas antologias. Recebeu vários prêmios literários, entre eles o importante troféu Mariângela Calil da Academia Varginhense de Letras.

Seu primeiro livro publicado foi “Retratos das Gerais”, coletânea de contos e crônicas que mostra o cotidiano do povo mineiro e um pouco da história, geografia, arte e literatura das Gerais. Esse livro obteve primeiro lugar no Concurso Internacional 13º CONIOP.

Em 2008 foi lançado “Rindo e So (r) indo” coletânea de contos alegres e divertidos.

Fanpage: https://www.facebook.com/luizaninis

Um Funeral na Grécia

Um Funeral na Grécia

O livro “Um funeral na Grécia

O livro em questão,  trata-se de seu primeiro livro dentro do gênero policial e suspense.

Tem o foco narrativo que nos guia através de uma trama que nos leva no caminho de um crime que tem seu início no Brasil, no estado de Mato Grosso e vai seguindo até chegar à Grécia. Percebemos que não se trata de apenas um roubo, mas existe uma grande organização especializada para transportar o roubo sem ser pego pela polícia.

O texto é bastante descritivo e a autora parece querer mostrar ao leitor as belezas contidas nos estados brasileiros, o que por sinal demonstra uma sensibilidade notável. Diria que o estilo de escrita de Luiza é quase poético, mas sem pesar muito e nem produzir um texto de difícil compreensão, pelo contrário, é possível enxergar através de suas narrações os acontecimentos e os locais.

E a ação começa quando, no Mato Grosso um pobre garimpeiro por sorte encontra um diamante maior que já viu em sua vida, e sonha em dar uma vida melhor a sua família. O que o pobre homem não esperava é que uma gangue internacional, composta por dois homens e uma mulher, traficantes de pedras preciosas, já tinham conhecimento de sua tão sonhada descoberta. E, com crueldade esses bandidos roubam todas as esperanças do garimpeiro, que sai de sua casa não mais para realizar o sonho, mas para um leito de hospital para salvar sua vida.

No mesmo momento em que acontecem esses crimes conhecemos a família de Valéria, que na verdade agora é só ela e o pai,  e um irmão que mora na Grécia. Valéria está com data marcada para uma viagem para rever a família na Grécia e irá sozinha, pois o pai já está meio adoentado para uma viagem muito longa. Ela vai, mas seu coração vai partido tendo que deixar o pai sozinho, por outro lado está muito feliz por retornar depois de tantos anos a terra natal de seu pai.

O livro é dividido por capítulos de tamanho médio e temos uma visão tal como em uma novela em que a câmera é tirada e levada para os outros participantes. Além da casa de Valéria, também conhecemos o delegado de Diamantino, o Sr. Francisco e o promotor, Doutor Antonio, que estão responsáveis por investigar o paradeiro do diamante do garimpeiro Nazaré, que ainda está hospitalizado.

A história até chegar à segunda parte do livro fica alternando entre as personagens, acompanhamos Valéria no reencontro da família em Flórina, na Grécia. Os passeios pela cidade para visitar as ruínas, e o terrível incidente com a moça e segue um momento tenso.

No Brasil também acompanhamos as conversas e telefonemas dos delegados que tentam descobrir o mistério do roubo do diamante de Nazaré e por vezes voltamos para a Grécia, Mato Grosso, Cuiabá, Minas Gerais, Rio de Janeiro, etc.

Apesar de ter um ritmo cheio de ação no enredo, a autora não coloca muita ênfase em alguns dos personagens, salvo o bandido Mike, o inglês, fiquei até refletindo sobre a vida que teve e o resultado para sua vida adulta. Um cara solitário, frustrado, infeliz, atormentado e etc. Pude notar que a autora quis retratar as condições das pessoas que viviam nas situações mais degradantes e por vezes obrigadas a se envolverem no mundo do crime.

E conforme a história vai seguindo personagens entram e algumas situações da vida cotidiana são abordadas numa forma de crítica, o que me leva a entender que o enfoque do livro é o próprio tema – tráfico de drogas, armas e pedras preciosas, que segunda a autora sempre foi um problema que tem sido um agravante para a miséria e a falta de dignidade humana nos últimos tempos.

É uma leitura que prende e a história é repleta de suspense e fatos surpreendentes vão se revelando e que são bem costurados e sanados no final. Somente uns três elementos não me permitiram dar umas cinco estrelas e os pontuarei da melhor maneira abaixo.

(Deixar claro que é essa é a minha opinião de leitora).

Minhas Considerações

  • O primeiro aspecto que senti falta foi de realmente conseguir construir a identidade dos personagens principais. O mocinho tem poucas falas e o romance acontece debaixo dos nossos olhos e meio nas sombras, só tomamos conhecimento de que ela se apaixona por ele por algumas conversas e pensamentos que teve (que inclusive fica parecendo uma colegial) e temos uns fragmentos dos pensamentos dele e algumas atitudes que nos levam a crer que o “deus” grego também ficou interessado na brasileira.
  • A forma como eles se conheceram também foi algo do tipo “eu já vi isso antes”, mas tudo bem vai foi na Grécia, numa terra cheia de histórias enigmáticas e lendas fabulosas, muito mistérios e paixão, “quem nunca quis abrir os olhos e ver um “Deus Grego diante de si?” Mas, desistimos do romance, pois os anos se passam e nem temos mais notícias do grego. E só pra dar um gostinho de quero mais e ir correr comprar o livro pra ler, o amor deles é meio que impossibilitado e a moça meio que fica desesperançada.
  • O segundo ponto é a “crueldade realista” da autora… Meu Deus, ela simplesmente mata. Não dá nem suspense e nem nada. Tipo: aconteceu uma cena trágica e lá se foi, sem botar panos quentes – a coitada da mulher morre e ficamos ali sofrendo junto com os que sobram.  E as coisas que vão acontecendo são de no mínimo arregalar os olhos. Mas, até ai tudo bem. Na vida real é bem isso mesmo, não é?
  • O terceiro ponto é que acredito que pelo fato de ela querer aproveitar os ganchos históricos e geográficos criou um clima mais ameno que se esperava de uma ação para um romance policial.

Bom, fora esses fatos que citei e o fato de acreditar que o livro deveria ter outro nome. É uma leitura bastante agradável e proveitosa. O li em três dia porque estava trabalhando. Um aspecto que também influencia na minha leitura é o fato de que quando leio quero acreditar na história a ponto de esquecer que é apenas um livro, pode ser que isso sempre vá influenciar na minha apreciação de um bom livro. Mas, é um livro que lerei outra vez, pois tem muitas coisas que gostaria de pesquisar e cativar mais.

Nota: Ah, pude entrar no Pathernon, dei de cara com a estátua de Alexandre, o grande (adoro história da Grécia, mitologia grega, a filosofia, etc), também aprendi algumas curiosidades sobre as cidades do centro-oeste, sudeste, etc.

Bom, por hoje é só. Um grande abraço carinhoso.

Laynne Cris

Sobre laynnecris

Sou Elaine C. Andrade. Hoje (2018) tenho 39 anos. Sou apaixonada pela leitura e por escrever. Sou formada em Pedagogia e pretendo me especializar em Inglês, alfabetização e o Ensino da Língua Portuguesa para estrangeiros. Tenho uma fascinação por músicas e Inglês. Atualmente tenho me dedicado muito na busca da fluência e sou professora alfabetizadora. Tenho como meta conseguir certificação internacional e no futuro morar fora um tempinho. A leitura é para mim um meio muito prazeroso de poder atingir locais e lugares inimagináveis, além de ser uma terapia e uma fonte de conhecimento sem fim. E quando aprendemos nos proporcionar esses momentos para entretenimento, ler torna-se uma atividade necessária para o dia a dia. Também gosto de desenhar, colorir, ouvir músicas. No entanto, faço com menos frequência (só quando surge aquela vontade enorme ou sobra um tempinho). Agora ler nunca estou sem ler algo e onde vou tenho um livro comigo. Me sinto mal se não posso ler. É uma necessidade. Embora ultimamente tenho lido mais livros técnicos e materiais em Inglês. Nasci em Suzano e atualmente moro num bairro de Mogi das Cruzes e estou aprendendo a me adaptar por aqui. Também adoro participar de comunidades de leitura no facebook e canais literários do youtube. Conhecer pessoas, descobrir novos talentos e as vezes encontramos pessoas muito maravilhosas. Enfim, sou uma mulher e profissional comprometida e apaixonada pelo que faço, amo minha minha família, meus gatos e amigos mais que tudo neste mundo. "Que aonde eu passar eu faço amigos e possa agregar valores e aprender também". Laynne Cris
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14 respostas para Um Funeral na Grécia – M.L Bortoni Ninis

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